HOMENAGEM À NOVA IGUAÇU
Evânia Medeiros
Cresci
em Nova Iguaçu, RJ. Cidade onde nasci, na Maternidade Iguaçu, tão próxima a
Estação de Trem, que o movimento nos trilhos estremece tudo e nina os bebes em
seu berçário.
Cresci no calor de 40 graus,
com a sensação térmica de 50 graus, correndo num bairro com ruas sem asfalto, e
vendo o sol nascer na Imensa Serra de Madureira, onde surpreendentemente em
1980 descobre-se no local, um vulcão já extinto. Para o medo dos que já moravam ali. Local onde os pássaros voam livremente,
mas que infelizmente, ainda vemos passarinho em gaiola.
Cresci
ao som da Sirene da Pedreira Santo Antonio, e aos seus estrondos ao meio dia,
tão comum aos meus ouvidos de criança, que soavam como música clássica. Mas, ao
mesmo tempo amedrontando, pois poderia derrubar a casa ou acordar o adormecido
vulcão.
Cresci indo à mercearia do Sr. Jair, sempre correndo, com um bilhete da
minha mãe, constando o que deveria comprar.
Cresci assim, meio que presa... Meio que solta...
Morando aos pés de uma pedreira e bebendo água salobra do nosso poço, águas,
quem sabe? Um dia vulcânicas...
E crescendo vivo em ebulição, em meio a constantes
explosões e implosões internas, que me dão vida e me levam a morte. Assim, em
atividade como a pedreira e meio em extinção como o vulcão, que nunca vi . . . que nunca vi . . .
Evânia de Medeiros de Oliveira Angelo
Poetisa iguaçuana
Crônica premiada em 2º lugar do concurso
da Academia Jacarehyense de Letras – Jacareí –
SP
30/11/ 2016
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