“MARIA
ISABEL
PELOS
CAMINHOS DA HISTÓRIA”
Guilherme Peres
Retrato
feito por Ferdinand Krumholz,1852
Quarta
e última filha de Pedro I com D.Domitila de Castro Canto e Melo, Maria Isabel Alcântara
Brasileira, nasceu em São Paulo no dia 28 de fevereiro de 1830. Por não
reconhecê-la legitimamente como filha, seu pai jamais lhe outorgou um título
honorífico, ao contrário de sua irmã D. Isabel Maria de Alcântara Brasileira, nascida
em 23 de maio de 1824, agraciada dois anos mais tarde com o título de duquesa
de Goiás. Maria Isabel, porém, receberia o título de condessa de Iguassú, após
casar-se com Pedro Caldeira Brant, filho do marques de Barbacena, detentor
desse título.
Mais
tarde, moça formada, Maria Isabel escreveria a uma amiga: “Eu nasci a 28 de
fevereiro de 1830, com o selo de bastarda, tanto por parte de pai como de mãe.
A culpa não foi dela e sim do meu pai, que não quis que ele me reconhecesse no
batistério”. E conclui com amargura: “Eu nasci sofrendo”, registra
Carlos Maul.
TESTAMENTO
Embora
a tenha citado em seu testamento feito em Paris no dia 21 de janeiro de 1832,
D. Pedro não a reconheceu como filha, mencionando apenas que: “aquela menina
que lhe falei e que nasceu na cidade de São Paulo no Império do Brasil...
Desejo que essa menina seja educada na Europa para receber igual educação a que
se esta dando a minha sobredita filha a duquesa de Goiás e que depois de educada,
a mesma senhora D. Amélia Augusta Eugenia de Leuchtemberg, duquesa de Bragança,
minha adorada esposa, a chame semelhantemente para o pé de si”.
Após
a morte de D. Pedro, D. Amélia atendeu seu desejo, conforme demonstra mensagem
enviada por ela. Acusando o recebimento do pedido, a mensagem foi respondida
por D. Domitila, em carta datada de 15 de fevereiro de 1840, esta agradeceu os
“bons ofícios” da duquesa de Bragança, mas preferiu ela mesma cuidar da
filha que sofria de epilepsia, herança que trazia “como prova da paternidade
que a natureza gritava no corpo daquela criança”.
Justificando
a longa viagem que teria que fazer com a saúde frágil da menina, Domitila
esclareceu em carta, que havia voltado à Corte a conselho médico, para cuidar
da educação da menina dizendo: “deixei-a num colégio que se acha em Botafogo
e que me inculcaram como o melhor”. Nesse educandário, de propriedade da
inglesa Miss Poter, Maria Isabel ficaria internada até a idade de 11 anos.
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